Ex-Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, participando no programa Sem Censura da televisão brasileira Foto: Roberto Castro
O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Guimarães Neto, preso nesta sexta-feira (13) em Recife (PE) ao tentar obter um passaporte português pertencente a Mauro Cid, teve sua prisão revogada com certas condições. O passaporte seria entregue ao delator da suposta tentativa de golpe de estado planejada por Bolsonaro.
Moraes afirmou que a prisão já havia levado a um impasse, que poderia ser substituída por medidas preventivas. Segundo ele, havia indícios de que Gilson Machado tentou ajudar Cid a evitar acusações criminais que poderiam impedi-lo de participar da investigação criminal.
O ministro argumentou que as detenções foram desnecessárias devido às escutas telefônicas da Polícia Federal e à negação dos fatos por parte do ex-ministro.
Machado deixou a prisão na madrugada desta terça-feira (14) na Grande Recife. Gilson disse que tudo não passou de um mal-entendido e que está disposto a esclarecer toda e qualquer dúvida que tenha deixado em relação ao caso.
“ Penso que houve um grande mal-entendido e é importante salientar que a prisão foi revogada pela mesma pessoa que o decretou, o Ministro Alexandre de Moraes. Estou pronto para responder qualquer dúvida que seja oriunda deste mal-entendido.”
Quando a equipa do Jornal Globo lhe perguntou se tinha tido a idéia ou se Mauro Cid lhe tinha pedido que assumisse o caso para o ajudar, ele simplesmente negou as acusações.
Antes disso, estiveram presos Milton Ribeiro, Anderson Torres e, mais recentemente, o General Walter Braganto.
1. Milton Ribeiro (Ex-Ministro da Educação)
Este pastor protestante foi o ministro da Educação com mais tempo no cargo no governo de Bolsonaro. Demitiu-se após a revelação de que a sua equipa ministerial no MEC estava a ser subornada em troca de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ribeiro foi detido a 22 de junho de 2023, após a descoberta de indícios de corrupção no Ministério da Educação. No entanto, foi libertado no dia seguinte após receber um habeas corpus do Tribunal Federal da Primeira Região.
2.º Anderson Torres (Ministério da Justiça)
O líder da PF foi um dos ministros que mais apoiou o Governo de Bolsonaro. Antes de ingressar no governo federal, Torres foi Ministro da Segurança Pública do Distrito Federal até 2021. Após o término do mandato de Bolsonaro, regressou ao governo do DF e foi detido a 14 de janeiro de 2023, poucos dias após o golpe de 8 de janeiro.
É acusado de negligência na preparação do atentado em Brasília, dado que estava no estrangeiro quando os protestos eclodiram. A 12 de maio do ano passado, o Supremo Tribunal concedeu liberdade provisória à delegação. Desde então, Torres tem seguido medidas cautelares, incluindo o uso de pulseira eletrónica e a limitação do horário em que pode sair de casa.
3.º Walter Braga Neto (Cidadão)
O caso Braga Neto assemelha-se mais ao de Gilson Machado. O general na reserva está preso desde dezembro de 2024 por obstrução à justiça. De acordo com a investigação, terá agido para obter informações sobre as negociações da defesa de Mauro Cid.






