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Decisão de Moraes permite que parlamentares enviem documentos ao Ministério da Justiça para extradição de Carla Zambelli

Foto: Carla Zambelli Fonte: GloboNews

O ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou publicamente neste sábado (7) a prisão da congressista Carla Zambelli (PL-SP) por ataques ao sistema judicial do país. O juiz decidiu ainda remeter os autos ao Tribunal para que seja iniciada a extradição de Zambelli, que deixou o Brasil no final de maio e está agora na Itália. O tribunal de primeira instância condenou o agente por furto e falsificação de dados. Esta sexta-feira (6), a comissão decidiu também rejeitar o recurso e fixar um prazo para o seu julgamento.

As penas de prisão são de 10 anos, com suspensão (já em vigor) e uma multa de 2 milhões de reais.

A decisão de Moraes, divulgada hoje, é o primeiro passo para punir Zambelli com precisão.

No ofício, o ministro determinou ainda que a Câmara envie documentos judiciais para declarar sua perda do privilégio parlamentar.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti planejaram ataques aos sistemas do CNJ com o objetivo de minar o sistema de Justiça e promover atividades antidemocráticas.

O Tribunal considera-a foragida, uma vez que Zambelli deixou o país após a primeira audiência da Primeira Secção do Supremo, em maio, e é alvo de um mandado de detenção. O seu nome, inclusive, foi incluído na lista vermelha da Interpol.

Na sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes requereu ao Supremo Tribunal Federal o envio dos “documentos necessários” ao Tribunal para formalizar o pedido de extradição.

“Todos os documentos deverão ser apresentados no original, em português e traduzidos oficialmente para a língua oficial de Itália, a República Italiana, acompanhados de um pedido de extradição divulgado nos sites do Ministério da Justiça e Segurança Nacional”, escreveu.

Além do pedido de Zambelli para a instauração do processo de extradição, o ministro do Supremo Tribunal determinou o envio dos autos à Câmara dos Deputados.

Segundo Moraes, a Câmara dos Deputados deverá utilizar estes documentos para implementar a decisão do Supremo Tribunal Federal e declarar Carla Zambelli cassada.

A Câmara dos Deputados pode revogar o seu direito de voto através de um documento simples na Comissão Executiva da Câmara, sem votação unânime, de acordo com a Constituição. Esta é a visão citada pelo juiz na sua decisão.

No entanto, existem opiniões divergentes dentro da Câmara sobre o que isto significa.

Alguns defendem que, tal como no caso Zambelli, uma condenação criminal deve ter imunidade, o que exigiria um mínimo de 257 votos.

Segundo a investigação, Zambelli colaborou com o hacker Walter Delgatti Neto para enviar documentos falsos para o jornal do CNJ, entre eles o mandado de detenção do ministro Alexandre de Morais. Em recurso, os advogados de Zambelli argumentaram que a deputada era inocente e que a sua defesa era insuficiente por não ter analisado todos os ficheiros apreendidos pelos hackers. Em primeira instância a Câmara condenou, por unanimidade Carla Zambelli: 10 anos de prisão, início de regime fechado, perda de lugares parlamentares (a decretar pela Câmara dos Deputados após o julgamento final) e impeachment. Walter Delgatti: condenado a oito anos e três meses de prisão, inicialmente em regime fechado, já está em prisão preventiva. Indenização: os condenados devem ainda pagar uma indenização de 2 milhões de reais por danos morais e coletivos.

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