O Comitê Constitucional e de Justiça do Senado (CCJ) aprovou a emenda constitucional original (PEC) na quarta-feira, (21), encerrando a reeleição de prefeitos, governadores e presidentes.
O texto, simbolicamente aprovado, propõe o alargamento do mandato de todos os cargos eletivos (5 anos). Durante a discussão, o conselho decidiu encurtar o mandato dos senadores para cinco anos, a partir de 2030.
Além disso, o PUK também unificará as datas das eleições municipais e gerais a partir de 2034.
A proposta será agora encaminhada para votação no Senado, onde necessitará de pelo menos 49 votos a favor em duas voltas para ser aprovada. Depois disso, o projeto de lei ainda tem de ser aprovado pela Câmara dos Representantes antes de entrar em vigor.
Durante a gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como presidente da Câmara dos Deputados, intensificaram-se as discussões sobre o fim da sua reeleição no Senado.
Nos últimos meses, líderes partidários de todo o espectro começaram a defender uma ferramenta para analisar o final do processo. Da direita para a esquerda, os senadores disseram acreditar que a reeleição foi um “erro”.
A PEC, endossada pelo CCJ, estabeleceu vários marcos para preparar o terreno para a recondução do poder executivo:
➡ ️ Presidente da Câmara: Se for eleito pela primeira vez em 2024, terá direito a candidatar-se uma última vez em 2028. A partir de 2028, o novo autarca não poderá candidatar-se novamente.
➡ ️ Governadores: Podem recandidatar-se uma última vez em 2030, caso sejam eleitos para um primeiro mandato em 2026. A partir de 2030, os novos governantes eleitos não se recandidatam.
➡ ️ Presidente da República: Se for eleito para um primeiro mandato em 2026, poderá candidatar-se pela última vez em 2030. A partir de 2030, os novos eleitos não poderão candidatar-se à reeleição.
➡ ️ Os deputados, representantes e senadores têm liberdade para concorrer à reeleição.
A emenda constitucional de 1997 previu a possibilidade de reeleição do chefe do executivo. Na altura, a mudança deu ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (Partido Social Democrata) a oportunidade de concorrer a um segundo mandato e ser reeleito no ano seguinte.
Vinte e três anos depois, o próprio Comité do Presidente da Câmara classificou a alteração como um “erro” e começou a defendê-la publicamente como uma alteração que “tinha de ser feita”.
Nos últimos anos, os números das reeleições atingiram níveis recorde. A eleição de 2024 vai produzir o maior número de presidentes de câmara reeleitos da história: 2.461. Há dois anos, o número de governadores-gerais reeleitos também atingiu um recorde: 18.
Desde 1998, todos os Presidentes da República conseguiram ser reeleitos em eleições realizadas após seu primeiro mandato. A única exceção foi Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado em 2022.
O relator da proposta, o senador Marcelo Castro (PMDB-PI), acredita que o fim das reeleições poderia promover a renovação política e abrir caminho para que funcionários do governo discutam “projetos de estruturação”.
Castro diz: “Quase trinta anos de experiência com o regime de reeleição não atenderam às expectativas. Em nossa opinião, o equilíbrio de experiências pode ser resumido da seguinte forma: às perdas previsíveis de atrasos no processo de renovação do pessoal político, devemos também adicionar as perdas inesperadas causadas pelo viés eleitoral, decorrentes da possibilidade de reeleição.”






