O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que a reunião com o presidente paraguaio, Santiago Peña, realizada em Brasília, não foi suficiente para superar as divergências entre os dois países em relação ao uso da energia produzida em Itaipu. A necessidade de chegar a um acordo sobre os valores cobrados pela eletricidade gerada na usina é crucial, uma vez que os paraguaios buscam formas de aumentar a tarifa ou explorar a comercialização da energia com outros países ou empresas por valores mais elevados. As regras estabelecidas no tratado original para a construção de Itaipu expiraram no ano anterior com o término dos pagamentos da obra. Lula anunciou sua intenção de visitar Assunção para dar continuidade às negociações e destacou a importância de encontrar uma solução conjunta para as divergências nas tarifas.
“Temos divergências nas tarifas, mas estamos dispostos a encontrar uma solução conjuntamente. E nos próximos dias vamos voltar a fazer uma reunião. Eu disse ao presidente Santiago Peña que não é ele que tem que vir ao Brasil, agora é o Brasil que tem que ir a Assunção”, afirmou Lula.
Peña assegurou que Lula será bem-vindo em sua capital, mas ressaltou a importância de visitas frequentes do ex-presidente ao Brasil para alterar a imagem paraguaia no território brasileiro.
‘”Quero discutir com Lula sobre os próximos 50 anos de relação” disse o presidente paraguaio ao ser eleito.
Lula destacou o término dos pagamentos da obra e enfatizou que a reunião representava um dia especial para Brasil e Paraguai. Expressou o desejo de alcançar um acordo sobre o Anexo C, documento que estipula as regras de partilha de energia, “o mais rápido possível”.
O presidente brasileiro afirmou que não se trata de generosidade, mas sim da obrigação do Brasil em contribuir para que o Paraguai utilize plenamente a energia de Itaipu para impulsionar o crescimento do país vizinho.
Lula elogiou a competência de Peña, descrevendo-o como um jovem talentoso escolhido pelo Paraguai. Mencionou a possibilidade de ambos visitarem a obra da Ponte da Integração, que ligará os dois países sobre o rio Paraguai, na altura de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul.
“Não se trata de ser generoso. O Brasil tem obrigação de contribuir para que o Paraguai possa utilizar todo o potencial da energia produzida em Itaipu para o crescimento do País”.
O presidente brasileiro também expressou a intenção de construir uma relação mais harmoniosa entre os dois países. Peña destacou a sinceridade da conversa e reiterou que trabalhar com o Brasil é uma prioridade.
“O novo governo paraguaio tem uma posição semelhante à adotada pelo presidente Lula. O novo governo vê os dogmas climáticos europeus como ameaça à capacidade do país de produzir riquezas”, disse Peña em entrevista a ABC.






