Em uma recente entrevista à revista Veja, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez uma declaração contundente sobre os eventos que marcaram o dia 8 de janeiro. Segundo ele, comemorar essa data seria equivalente a celebrar um crime, pois, em sua visão, os atos radicais que ocorreram nesse dia configuraram uma tentativa de golpe de Estado.
O dia 8 de janeiro é lembrado como o dia em que o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o próprio STF foram invadidos. Moraes, que é o relator de 1.345 processos criminais que investigam a atuação dos invasores, afirmou: “Qualquer pessoa que pretenda comemorar o dia 8 estará comemorando um crime, porque estará comemorando uma tentativa de golpe”. Essa interpretação, no entanto, divide os juristas.
Moraes alertou aqueles que planejam comemorar a data para terem cuidado com suas ações, pois poderiam acabar acusando o Ministério Público e o Poder Judiciário de serem rigorosos demais. Ele reiterou: “Não se comemora tentativa de golpe. Não se comemora tentativa de derrubar os Poderes constituídos. Isso é crime também”.
No mesmo dia, o governo Lula (PT), em conjunto com o Legislativo e o Judiciário, promoverá um evento chamado “Democracia Restaurada”. O objetivo é lembrar que as instituições brasileiras demonstraram força e resistiram a uma tentativa de golpe. Moraes confirmou sua presença no evento em Brasília, afirmando que estará lá para mostrar a força das instituições brasileiras.
Além disso, Moraes criticou a omissão das forças de segurança em Brasília durante os eventos do dia 8 de janeiro. Ele expressou alívio pelo fato de que as Polícias Militares de outros estados não aderiram aos atos, evitando assim um possível efeito dominó que poderia ter levado a um conflito civil de proporções inéditas no Brasil. Ele concluiu: “Não é possível ter clemência com uma tentativa de golpe”.






