O ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma entrevista ao jornal O Globo na qual discutiu os desdobramentos das apurações. O magistrado, que também ocupa a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelou detalhes intrigantes sobre três planos que visavam atingi-lo, incluindo ameaças de prisão, homicídio e enforcamento na Praça dos Três Poderes após um possível golpe. Ele enfatizou a intensidade da agressividade e do ódio expressos por indivíduos que não conseguem distinguir sua pessoa da instituição.
Moraes destacou a existência de uma tentativa de planejamento, revelando a participação da Abin em um inquérito que monitorava seus passos para uma eventual prisão. Nas próprias palavras do ministro: “Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão.” Apesar das ameaças, ele demonstrou serenidade, ressaltando que já esperava tais reações de golpistas criminosos. Sua postura firme foi evidente ao afirmar: “Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem.”
No contexto da entrevista, Alexandre de Moraes sublinhou a complexidade das situações enfrentadas, revelando um entendimento claro sobre as intenções por trás dos planos. Ele argumentou que as pessoas envolvidas “não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, destacando assim a falta de discernimento por parte dos agressores. Essa reflexão ressalta a importância de distinguir entre as figuras públicas e as instituições que representam, aspecto crucial em uma sociedade democrática.
Em meio às especulações e à pressão, o magistrado ressaltou a sua firmeza diante das adversidades, afirmando: “Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava.” Essa atitude calma e pragmática revela a resiliência necessária para lidar com as complexidades do cargo. Sua capacidade de manter a serenidade, mesmo em circunstâncias desafiadoras, destaca a importância da estabilidade emocional no exercício de funções públicas de alto escalão.
Ao encerrar a entrevista, Alexandre de Moraes reforçou o desfecho positivo da situação ao afirmar que, apesar das ameaças, “nada disso ocorreu, então está tudo bem.” Essa conclusão reitera não apenas a eficácia das medidas de segurança, mas também a confiança do ministro em suas convicções e na integridade das instituições. A entrevista integra uma série de reportagens do O Globo sobre os eventos de 8 de janeiro, que se aproximam do primeiro aniversário. Esse relato oferece uma visão abrangente dos desafios enfrentados pelos responsáveis pela manutenção do Estado de Direito em momentos de intensa pressão.
