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Moraes ameaça prender Bolsonaro se ele não explicar suas intenções à rede

Foto: Alexandre de Moraes (esquerda) Bolsonaro (direita). Fonte: Getty Images

Na segunda-feira (21 de julho), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexander de Moraes disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob ameaça de prisão, deve explicar um post feito em parceria com seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na foto, o ex-presidente parece estar segurando uma pulseira eletrônica em volta do tornozelo, destacando o dispositivo como “um símbolo da humilhação mais extrema”.

“A escalada autoritária promovida por Alexandre de Moraes acaba de atingir outro patamar. Dessa vez, a decisão absurda de proibir meu pai de dar entrevistas (algo que nem chefes de facções ou corruptos que hoje mandam no país sofreram) atinge não apenas o seu alvo, mas também a imprensa, agora impedida de exercer seu ofício, e toda a população, privada de seu direito à informação. [SIC]”. Diz a legenda do vídeo.

O interrogatório de Moraes ocorreu na segunda-feira depois que o mesmo proibiu Bolsonaro de aparecer em áudio, vídeo ou entrevistas na mídia, em sua própria rede social ou em redes sociais de terceiros.  A ordem faz parte de um despacho emitido por Moraes na sexta-feira e resume sua decisão de tomar medidas preventivas contra Bolsonaro, que foi acusado de planejar um golpe de estado e outras acusações.

De acordo com Moraes, a restrição a Bolsonaro está relacionada à transmissão, retransmissão ou publicação de entrevistas de voz, vídeo ou texto em redes sociais de terceiros, e o suspeito [Bolsonaro] imediatamente foi condenado à prisão, e os fundos não puderam ser usados para contornar os procedimentos.

Os advogados ouvidos pela BBC News não aprovaram a constitucionalidade da ordem de Moraes. A BBC News Brasil perguntou à Suprema Corte se Bolsonaro deveria ser proibido de entrevistar.

Participação dos Estados Unidos 

A Polícia Federal (PF), em favor do Gabinete do Procurador-Geral (PGR), solicitou uma ação contra Bolsonaro.

Para justificar a alegação, a PF disse que Bolsonaro e um de seus filhos, o congressista Eduardo Bolsonaro (PL-SP), “têm trabalhado com as autoridades do governo dos EUA para proibir funcionários públicos brasileiros nos últimos meses”.

De acordo com a polícia federal, o plano está ligado a acusações de perseguição por vítimas de um caso criminal da Suprema Corte acusado de liderar o ataque ao governo federal.

Ao analisar o incidente, Morais considerou que havia sinais de que Jair Messias Bolsonaro e Eduardo poderiam ter cometido atos ilegais que poderiam constituir os seguintes crimes.

Forte pressão no processo;

Obstáculos a investigações criminais relacionadas a organizações criminosas;

Este é um ataque à soberania nacional.

De acordo com o ministro, deve-se tomar cuidado para evitar a possibilidade de fuga de Bolsonaro e garantir a aplicação do direito penal.

Em um memorando em inglês postado na rede social X, Eduardo Bolsonaro criticou a decisão de Moraes.

Desta vez, não se trata de censura ou trabalho forçado contra os líderes políticos mais proeminentes do Brasil. Aqueles que nunca obedeceram a decisões judiciais ou se recusaram a participar de processos judiciais. O que torna essa decisão ainda mais absurda é que ela se baseia na ação tomada pelo governo dos EUA depois que o presidente Donald Trump anunciou tarifas sobre o Brasil. Como se fossem um crime de alguma forma”, escreveu o agente na sexta-feira.

Eduardo também disse que Moraes está tentando criminalizar o presidente Trump e o governo dos EUA.

Seus pais não podiam resistir a ele, então ele decidiu tomar seus pais como reféns. Ao fazê-lo, não apenas ataca a democracia brasileira, mas também prejudica irresponsavelmente a relação entre o Brasil e os aliados mais importantes do Brasil. Isso é pura e simplesmente sabotagem institucional.

Na sexta-feira, o governo dos EUA anunciou restrições a Mores e a revogação de vistos dos EUA para o secretário, sua família e outros juízes da Suprema Corte.

No sábado (19/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as sanções de Washington contra a Suprema Corte.

“É inaceitável que um país interfira no sistema judicial de outro país e ameace os princípios básicos de respeito e soberania entre os países.” Alegou o esquerdista.

Veja o vídeo abaixo:

Post de Eduardo Bolsonaro

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