Foto: Bolsonaro (esquerda) Moraes (direita) Fonte: Pinterest
De acordo com uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro usará obrigatoriamente tornozeleira eletrônicas com vigilância 24 horas e deverá recolher-se entre as 19h e às 7h nos dias úteis e internamento hospitalar completo aos fins de semana. O uso das redes sociais do liberalista também está proibido.
Há restrições de acesso a embaixadores, diplomatas estrangeiros ou sedes diplomáticas. O cerco de comunicação foi investigado juntamente com outros, incluindo o seu filho Eduardo Bolsonaro.
Foram ainda permitidos registos e apreensões na residência de Bolsonaro em Brasília e em seu gabinete do Partido Liberal no âmbito da operação da Polícia Federal.
🧭 Referência e Fundamentação Jurídica
A Polícia Federal solicitou medidas contra o parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo Moraes, no processo, Jair e Eduardo Bolsonaro terão usado influência estrangeira para “confessar abertamente” crimes como coação, obstrução à justiça e atentado à soberania nacional.
O ministro Alexandre de Moraes enfatizou que estas ações representam um esforço do Supremo Tribunal Federal para permitir que outros países influenciem através de negociações hostis e imutáveis.
Na sua decisão, o autor citou Machado de Assis, sublinhando que “a soberania nacional não deve ser negociada ou usurpada” para justificar a postura preventiva do Supremo Tribunal.
“A soberania nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida. O STF sempre será absolutamente inflexível na defesa da soberania nacional e em seu compromisso com a democracia, os direitos fundamentais, o Estado de Direito, a independência do Poder Judiciário nacional e os princípios constitucionais brasileiros.”
🌐 Impacto nacional e internacional
Sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal, o mandado de detenção foi cumprido pela Polícia Federal, incluindo os registros no parlamento e na sede do partido.
O ex-presidente Bolsonaro descreveu a ação como “o maior insulto”. Em retaliação pelos processos judiciais contra Bolsonaro, a tarifa de 50% da administração Trump sobre os produtos brasileiros provocou uma crise diplomática e foi vista como uma tentativa de interferência no sistema judicial brasileiro.
“Como que eu vou para outro país? E outra, eu quero ver esse julgamento meu.”
Sobre Moraes, criticou a conduta do ministro como abusiva:
“Uma pessoa que sequestrou o Supremo Tribunal Federal e faz o que bem entende: prende, ele que vai interrogar, ele que vai julgar, ele que diz que é vítima porque tinha um plano para matá-lo” [SIC] alegou o ex-presidente em entrevista ao Poder360.
O Supremo Tribunal Federal posiciona-se firmemente contra a interferência externa e defende a independência dos processos judiciais em curso.
As medidas fazem parte de uma investigação mais vasta sobre as alegações da tentativa de golpe de 2023, que está a ser investigada no âmbito das “Operações Golpe”. Bolsonaro e pelo menos outros sete arguidos respondem por crimes como organização criminosa armada, obstrução à justiça e atentado à soberania nacional. A pena máxima de prisão pode ser superior a 40 anos.






