Foto: Cid Moreira Fonte: Pinterest
Conversas entregues por advogado expõem bastidores de tensão, medo e arrependimento
O advogado Luiz Eduardo Kuntz, que defende Marcelo Câmara — um dos investigados no caso do suposto plano de golpe de Estado — entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um conjunto de mensagens e áudios trocados com o tenente-coronel Mauro Cid. As conversas ocorreram entre janeiro e março de 2024 e foram incluídas num pedido para anular a delação premiada de Cid.
🗣️ “Não falei ‘golpe’ nenhuma vez”
Em um dos áudios, Cid afirma categoricamente:
“Não falei uma vez a palavra ‘golpe’. Foi erro… condição psicológica que eu tava.”
Segundo ele, os investigadores teriam distorcido suas declarações. O militar ainda demonstra insegurança com o próprio acordo de delação:
“A Polícia Federal vai dizer que é mentira… eu vou voltar pra cadeia, vou ser preso e acabou.”
💰 Problemas financeiros e medo da prisão
As mensagens mostram um Cid angustiado. Ele relata dificuldades financeiras, arrependimento por ter contratado advogados por fora e medo de estar “ferrando todo mundo”:
“Quem se fodeu e perdeu tudo fui eu… tô acabando com a vida financeira da família.”
📱 Conversas pelo Instagram levantam dúvidas
As trocas aconteceram por meio de um perfil no Instagram que, segundo a defesa, pertenceria a familiares de Cid. Isso pode ter violado as condições do acordo de colaboração, que proíbem contato com terceiros sem autorização judicial.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, já autorizou investigação para saber quem estava por trás do perfil.
📌 O que diz a defesa
O advogado Kuntz afirma que os áudios provam que Cid estava emocionalmente abalado, o que coloca em dúvida a “espontaneidade” da delação. Para ele, o militar não colaborou de forma voluntária, e isso tornaria o acordo inválido.
A estratégia também é usada pelas defesas de Jair Bolsonaro e do general Braga Netto, que buscam desacreditar a colaboração de Cid.
⚖️ E agora?
O material pode influenciar diretamente os rumos do julgamento sobre os envolvidos no suposto plano de ruptura democrática. Se o STF entender que houve quebra nas regras da delação, o acordo pode ser cancelado — e o caso, reaberto sob nova ótica.
🧩 Resumo do Caso:
- Cid diz que nunca falou em golpe.
- Áudios mostram crise emocional e financeira.
- Defesa quer anular delação.
- STF investiga se houve quebra de regras.
A novela do caso Cid ainda está longe do fim. Mas os bastidores dessa delação premiada agora têm voz — e ela está tremendo.






