O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes proibiu o ex-assessor para assuntos internacionais da presidência Filipe Martins de dar uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo. O veículo anunciou isso mesmo esta terça-feira (27).
Segundo a Folha, o pedido de autorização para entrevistar Martins, que aceitou falar com o jornal, foi feito a Moraes a 18 de junho. Na resposta, assinada em 22 de agosto, o ministro rejeitou o pedido com o argumento de que a entrevista violaria uma das condições para a libertação do ex-assessor: não comunicar com outros suspeitos.
_ No atual momento da investigação devido à proibição de comunicação com os restantes suspeitos, a condução da entrevista jornalística ao investigado não é adequada à investigação criminal, que ainda está em curso – disse.
Martins está detido desde 8 de fevereiro deste ano sob a acusação de estar envolvido numa alegada conspiração para cometer um golpe de Estado. A prisão do ex-assessor só foi revogada a 9 de agosto, quando Moraes lhe impôs várias medidas cautelares, como a cassação de passaportes e a comparência em tribunal.
No pedido de prisão preventiva do Supremo, a Polícia Federal alegou que o nome de Martins constava da lista de passageiros que viajariam a bordo do avião presidencial com destino a Orlando no dia 30 de dezembro de 2022. No entanto, a defesa do ex-advogado apresentou passagens aéreas datadas de dezembro.
O advogado Ricardo Scheiffer Fernandes, que representa Martins, manifestou em comunicado “profunda indignação pela decisão tomada” pelo ministro.
Todo o caso é uma flagrante injustiça resultante de um grave erro do poder judicial e da polícia, que levou a uma detenção ilegal desde o início. Os cuidados tomados não só são injustificados como representam uma afronta à justiça, perpetuando uma injustiça atrás da outra”, afirmou.
