Segundo um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, o desperdício de água potável no Brasil vem crescendo ano após ano. A pesquisa revela que a cada 100 litros de água tratada, cerca de 40 litros são perdidos devido a vazamentos, fraudes e erros de medição. Esse número alarmante demonstra a necessidade urgente de aumentar os investimentos em saneamento básico no país.
De acordo com Luana Siewert Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, os investimentos atuais no setor são insuficientes. Enquanto o país investe em média R$ 82 por habitante por ano, o ideal seria investir mais de R$ 200. A quantidade de água perdida poderia abastecer aproximadamente 30% da população brasileira durante um ano.
Pretto ressalta que, se os investimentos fossem realizados de forma adequada, seria possível minimizar os danos causados pela ineficiência, que prejudica tanto o meio ambiente quanto a sociedade como um todo. O Ministério do Desenvolvimento Regional estabeleceu a meta de reduzir o desperdício de água de 40% para 25% até 2024, o que resultaria no abastecimento de 25 milhões de pessoas. Caso essa porcentagem chegasse a zero, seria possível abastecer 67 milhões de pessoas.
O estudo também revelou que na região Norte do país mais da metade da água tratada é perdida. Os estados com os maiores índices de desperdício são Amapá, Acre, Roraima e Rondônia, sendo que no Amapá, 74,8% da água produzida é perdida. A região Nordeste apresenta índices estáveis de 46,2% de perdas, enquanto São Paulo registra 34,5% e Goiás possui o melhor desempenho, com 28,5% de desperdício.
Diante desses dados alarmantes, fica evidente a necessidade de ações concretas para combater o desperdício de água no Brasil. É imprescindível que os investimentos em saneamento básico sejam ampliados, garantindo a eficiência do sistema de distribuição e o acesso adequado à água para toda a população. Somente assim será possível preservar esse recurso vital e garantir um futuro sustentável para o país.






