Evidentemente, o aumento das tensões levou a um confronto entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o dono da rede social. A escala do conflito cresceu de tal forma que a sobrevivência de uma das plataformas mais utilizadas no Brasil está ameaçada.
Para compreender este panorama, precisamos primeiro de recuar até 2019, quando o Inquérito Fake News 4781 foi lançado pelo presidente do Supremo, Dace Toffoli, para investigar a disseminação de conteúdos. mentiras, risco e insulto ao Tribunal e às instituições democráticas. Nessa altura, a família Toffoli era a repórter e, na verdade, a ministra.
Em 2021, foi lançada outra investigação polémica sobre a 4874 Milícia Digital. Esta investigação, encomendada por Moraes, centra-se na existência de organizações contrárias à democracia brasileira, sobretudo as visadas por aliados e apoiantes do então Presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
No âmbito da investigação, que se prolonga até hoje, Moraes determinou que as redes sociais bloqueassem vários perfis dos investigados, aplicando coimas pelo incumprimento. Muitos consideraram estas medidas como atos de censura.
As coisas começaram a ficar tensas quando o bilionário sul-africano Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, adquiriu a rede social Twitter em 2022 e tornou-se X. O objetivo, segundo o magnata, era proteger a liberdade de expressão.
Moraes ordenou o bloqueio de outros perfis, mas Musk recusou acatar as ordens do juiz por acreditar que isso ia contra a lei brasileira. O proprietário foi chamado. Com esta posição, Musk criou um verdadeiro conflito político no Brasil, e as ações de Moraes foram mesmo questionadas pelo Congresso norte-americano.
O ministro, por sua vez, justifica as suas medidas com o argumento de que o direito à liberdade de expressão está a ser criminalmente distorcido pelas redes sociais e que essa liberdade é limitada por outros direitos. O desafio de Musk também obrigou um juiz a incluir o bilionário numa investigação sobre a milícia digital.
Entre a multa aplicada pelo juiz e os recursos interpostos por X, a situação chegou a tal ponto que a sede da empresa no Brasil foi encerrada a 17 de Agosto. Musk justificou a decisão dizendo que Moraes ameaçou prender o representante da plataforma no país caso este não acatasse as suas ordens. De acordo com o bilionário, o objetivo do encerramento do escritório foi proteger a sua equipa. Contudo, explicou que a rede social dos brasileiros continua online.






