Na terça-feira (12), a Polícia Federal (PF) está executando quatro mandados de busca e apreensão relacionados à investigação do incidente de invasão da conta de Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, na plataforma X (anteriormente Twitter).
Os mandados foram concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo executados em Minas Gerais. A invasão ocorreu na segunda-feira (11) e a PF iniciou a investigação na terça-feira.
Na terça-feira (12), a primeira-dama Janja Lula divulgou uma declaração sobre o ataque cibernético que sofreu em sua conta no X (anteriormente conhecido como Twitter). Ela destacou que as mulheres são frequentemente as mais atingidas por ataques de ódio nas redes sociais, e que o que ela experimentou é uma experiência comum para muitas mulheres.
Sua conta foi comprometida por volta das 21h30 de segunda-feira (11), após o que o invasor postou mensagens ofensivas contra ela, o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal. A conta tem mais de um milhão de seguidores.
Após o incidente, a conta foi bloqueada a pedido da Polícia Federal, conforme relatado pelo blog da colunista Andréia Sadi. O diretor-geral da PF, Andrei Passos, confirmou que a instituição já está trabalhando no caso e que uma investigação preliminar está em andamento.
A equipe de Janja também entrou em contato com a Polícia Federal e notificou o X sobre o incidente.
Paulo Pimenta, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), garantiu que os responsáveis serão identificados e punidos. Ele também alertou aqueles que compartilham e comentam com ódio, preconceito e violência que eles também serão identificados.
“Os covardes que compartilham e comentam destilando seu ódio, preconceito e violência também serão identificados”, declarou o ministro-chefe do Secom em sua conta oficial do X.
A Secom emitiu uma declaração condenando a invasão e assegurou que todas as medidas apropriadas estão sendo tomadas.
Em sua declaração completa, Janja descreveu o ataque como um aumento nos ataques de ódio e desrespeito que ela enfrenta diariamente. Ela falou sobre a publicação de mensagens misóginas e violentas contra ela durante o ataque, caracterizando-as como postagens machistas e criminosas.
“Na noite de ontem, os ataques de ódio e o desrespeito que eu sofro diariamente chegaram a outro patamar. Minha conta do X foi hackeada e, por minutos intermináveis, foram publicadas mensagens misóginas e violentas contra mim. Posts machistas e criminosos, típicos de quem despreza as mulheres, a convivência em sociedade, a democracia e a lei.“
Ela também falou sobre a realidade de que a internet pode ser um lugar tanto para o bem quanto para o mal, e que as mulheres são frequentemente as mais atingidas por ataques de ódio online.
“Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. Mas a realidade é que an internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente.“
Ela destacou que mulheres em todo o Brasil são vítimas de ataques machistas que muitas vezes se espalham além das redes sociais, resultando em agressões físicas e feminicídios. Ela mencionou que milhares de mulheres perdem a vida ou até mesmo tiram a própria vida devido a ataques como o que ela sofreu.
“Mulheres no Brasil inteiro são vítimas de ataques machistas, que tomam conta das redes sociais e muitas vezes saem dela, acabando em agressões físicas e feminicídios. Milhares de mulheres perdem ou até tiram a própria vida a partir de ataques como o que sofri na noite de ontem.“ concluiu a primeira-dama do Brasil.
Janja confirmou que a Polícia Federal e o X foram notificados imediatamente e estão tomando as medidas necessárias. Ela enfatizou a necessidade de combater o ódio, a intolerância e a misoginia, e que os responsáveis devem ser punidos.
