Na manhã desta sexta-feira, durante a Cúpula sobre Novo Pacto de Financiamento Global em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), expressou sua preocupação em relação às exigências impostas pela União Europeia (UE) para a finalização do acordo com o Mercosul, classificando-as como uma “ameaça”. Lula fez sua declaração ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, e do chefe de governo alemão, Olaf Scholz.
O chefe do executivo criticou as sanções rigorosas previstas em caso de descumprimento das obrigações por parte dos países envolvidos. Ele ressaltou seu desejo de concluir um acordo com a União Europeia, mas afirmou que as condições impostas na carta adicional apresentada pela UE inviabilizam a concretização desse acordo. Lula destacou a necessidade de iniciar um diálogo para solucionar essa questão, ressaltando que é preocupante que uma parceira estratégica imponha ameaças a outro parceiro estratégico.
Durante a Cúpula sobre Novo Pacto de Financiamento Global em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração sobre as exigências da União Europeia para a finalização do acordo com o Mercosul. Sentado ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, e com a presença do chefe de governo alemão, Olaf Scholz, Lula expressou sua preocupação com as imposições feitas pela UE, classificando-as como uma “ameaça”.
Lula afirmou: “Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico”.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul, composto por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, foi anunciado em 2019, após longas negociações de duas décadas. No entanto, o processo de ratificação foi interrompido em março, quando vazaram demandas regulatórias da UE relacionadas à proteção do meio ambiente e às responsabilidades de cada parte. O Brasil, juntamente com os outros países do Mercosul, planeja apresentar uma resposta à proposta da UE na próxima semana.
Na quinta-feira, sindicatos e associações agrícolas francesas pediram ao presidente Macron que se oponha firmemente ao acordo comercial com o Mercosul em sua forma atual. Em fevereiro, Macron declarou que não apoiaria o acordo se os países do Mercosul não cumprissem o Acordo de Paris de 2015 sobre o clima, bem como as regras ambientais e sanitárias europeias.
Além das críticas à UE, o presidente Lula também expressou sua insatisfação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmando que as instituições de Bretton Woods não atendem mais aos interesses da sociedade. Ele também criticou a aprovação irresponsável do fundo a um empréstimo concedido ao governo de Mauricio Macri, na Argentina, questionando o destino dos recursos. Lula enfatizou a necessidade de reformar essas instituições, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, argumentando que os representantes de 1945 não podem ser os mesmos de hoje.
Esta posição do presidente tem gerado debates sobre as negociações comerciais do país e suas relações internacionais.






