O estudante autista Daniel Soares Moreira de 19 anos havia se inscrito para realizar a prova do ENEM neste domingo (13).
Segundo a mãe do jovem, ele possui certas dificuldades de leitura e escrita, por isso ela solicitou que o filho tivesse o direito de realizar o exame oralmente.
_ Ele se preparou muito, fez diversos simulados, e conseguimos garantir o direito dele de fazer a prova oral _ contou Elenir Moreira, terapeuta de 44 anos e mãe de Daniel.
No entanto, ao chegar ao EEEFM João Biley, em Castelo, no Espírito Santo, Daniel não somente foi impedido de realizar a prova como também foi retirado por policiais militares que faziam a vistoria do local.
Ainda de acordo com Elenir, isso se deve ao fato dos fiscais não saberem fiscalizar documentos digitais muito bem. O documento do jovem havia sido extraviado. Dessa forma, a família apresentou a Carteira de Trabalho e Previdência Social digitalizadas no celular de Daniel.
As regras do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão ligado ao MEC ( Ministério da Educação), ministério que organiza o exame, informam ser válido esse tipo de documento.
Todavia, a mãe de Daniel disse que a recusa foi pelo documento ser ‘nível bronze’ e, o nível que é exigido para a realização do ENEM é o ‘nível prata’.
_ Não havia nenhuma informação sobre isso no edital _ afirmou Elenir. _ Para virar ‘nível prata’, como pediam, eu precisava vincular o cadastro dele a uma conta bancária, o que era inviável naquele dia, pois era domingo. _
O MEC e a Polícia Militar do Espírito Santo não se manifestaram até o momento.
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