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Análise da Reação Pública aos Ataques de 8 de Janeiro: Uma Perspectiva Multifacetada

Em uma pesquisa recente conduzida pela Genial/Quaest, foi revelado que a maioria dos brasileiros condena os eventos perturbadores de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes causaram estragos nas sedes dos Três Poderes. Apenas uma pequena porcentagem de 6% aprovou as ações, enquanto 4% optaram por não responder ou não tinham uma opinião formada. Comparativamente, em uma pesquisa anterior realizada em fevereiro de 2023, a desaprovação foi ainda maior, atingindo 94%.

Os resultados da pesquisa também destacaram uma divisão notável entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aqueles que votaram em Jair Bolsonaro. Entre os eleitores de Lula, 94% condenaram os ataques, enquanto uma grande maioria dos eleitores de Bolsonaro aprovou as ações.

O presidente Lula, ao comentar sobre os ataques, expressou sua preocupação, afirmando que os eventos deram a impressão de ser o início de um golpe de Estado. Ele também prometeu que todos os responsáveis seriam punidos.

“Eu fiquei com a impressão de que era o começo de um golpe de Estado. Eu fiquei com a impressão, inclusive, que o pessoal estava acatando ordem e orientação que o Bolsonaro deu durante muito tempo. Muito tempo ele mandou invadir a Suprema Corte, muito tempo ele desacreditou do Congresso Nacional, muito tempo ele pedia que o povo andasse armado, que isso era democracia. Sabe, eu acho que a decisão dele de ficar quieto depois de perder as eleições, semanas e semanas sem falar nada. A decisão dele de tomar a decisão de não passar a faixa para mim, de ir embora para Miami como se estivesse fugindo com medo de alguma coisa e o silêncio dele mesmo depois do acontecimento daqui, me dava a impressão que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que ele tinha muito a ver com aquilo que estava acontecendo. Obviamente que quem vai provar isso são as investigações, mas a impressão que me deixava era essa. Possivelmente esse Bolsonaro estivesse esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe, sabe? E eu então não podia permitir GLO. Eu tinha que tomar a decisão política e tomamos a decisão certa”, disse Lula.

Por outro lado, o Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Alexandre de Moraes, enfatizou a gravidade dos atos, referindo-se a eles como um ataque à democracia. Ele também rejeitou a ideia de que os eventos foram um simples “domingo no parque.

“Se a Corte é suspeita, ninguém julga. Então quem sabe no próximo verão é possível uma nova excursão à praça dos Três Poderes, com uma nova invasão, destruição e tentativa de golpe.” ironizou o ministro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, minimizou a gravidade dos ataques, referindo-se a eles como “Capitólio Tupiniquim” e insistindo que “não foi terrorismo”.

“Teve aquele caso lamentável em 8 de janeiro, o ‘Capitólio Tupiniquim’, (estão chamando de) terroristas. A nossa legislação quando fala em terrorismo tem que ter algo voltado às questões raciais ou voltada à xenofobia, fora isso não é terrorismo. A esquerda (queria) assinatura, CPI. Alguns dias depois, voltaram atrás, ‘não quero mais CPI’. Eles sabem o que aconteceu”, posicionou-se o ex-presidente.

O parlamentar Nikolas Ferreira expressou sua opinião de que a esquerda estava tentando desacreditar os deputados que estavam sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento nos ataques.

“Se for falar de investigação, o PT está lascado, porque só no governo de transição, são 67 que estão investigados, não por ‘perseguição política’, mas por lavagem de dinheiro, corrupção, peculato. Então não falem de investigação, se não o negócio fica feio para vocês”, disse.

A pesquisa foi realizada entre 14 e 18 de dezembro, com uma amostra de 2.012 cidadãos com 16 anos ou mais. A confiabilidade dos resultados é de 95%, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

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