O menor infrator de 13 anos de idade que realizou um ataque hoje pela manhã na Escola Estadual Thomázia Montoro Zona Oeste de São Paulo, havia deixado em seu caderno uma carta pedindo desculpas a sua família pelo ataque viria a fazer na escola, indicando que o menino já estava planejando-o há tempos. Na carta, ele pede perdão à mãe, a avó, a tia e ao irmão pelo que estava por vir e que arquitetava um plano de vingança contra os colegas que praticavam bullying contra ele na escola.
_ Mãe, irmão, tia, vó, me desculpem por decepcionar vocês. Sei que não fui aquilo que esperavam. Sinto muito. Mas estou lutando por uma causa muito maior. Guardei muita tristeza e ódio ao longo de todos esses anos, mas ninguém percebeu porque eu sempre coloquei um sorriso na cara independente da situação que estava passando. Estou planejando isso desde os 11 anos e não desistirei agora. (SIC) _ dizia o bilhete o que poderia indicar que o garoto tentaria suicidio após o ataque.
Fora a mensagem, há um outro trecho da carta em que o jovem deixa implícito que também teria sido vítima de bullying no colégio. Contudo, em entrevista à Record News, colegas do jovem relataram que ele era um dos alunos que mais se metia em encrencas e brigas na instituição.
_ O aluno entrou. Primeiro ele foi ao banheiro, se trocou, colocou a máscara de caveira cobrindo metade de seu rosto e depois entrou em sala de aula e partiu para cima da professora esfaqueando-a. Foi assim. Gritamos ‘todo mundo corre’ e todos começamos a correr para o corredor. Quando descemos, nós fomos para rua. _ relatou um estudante.
Durante a correria, alguns estudantes se feriram, como é o caso de um aluno que se identifica como Gabriel, que por pouco sobreviveu ao ataque do infrator.
_ Quando começou a correria eu caí e ele estava bem atrás de mim. Porém, eu me levantei e consegui fugir._ disse o rapaz que torceu o pé e quebrou um dedo durante a confusão.
Depois de atacar uma sala de aula, o agressor se dirigiu a outra, onde uma outra professora tentou impedir a entrada do aluno mas acabou ferida. No total quatro professoras foram feridas pelo aluno e Elisabete Terreiro de 71 anos, que foi a primeira a ser atacada pelo menino, não resistiu aos ferimentos e veio a falecer minutos depois na Unidade de Terapia Intensidade do Hospital Universitário da USP.
As agressões só acabaram depois que a professora Cínthia de Educação Física conseguiu imobilizar o aluno e desarma-lo com a ajuda de outra professora.
Ainda de acordo com os outros estudantes, o agressor teria se metido em uma briga na semana passada. Ele teria cometido injúria racial a um aluno negro que teria lhe agredido resultando em um tulmuto.
_ Semana passada teve uma briga com ele e um menino. Então, eu e um grupo de garotos apartamos a briga, já que Beth que estava dando aula no momento já é de idade, e aí, eu acho que ele ficou revoltado e fez essa atrocidade. _ disse a Gabriel a uma repórter da Record TV.
Ao ser questionado se o infrator em questão estaria planejando o ataque, Gabriel respondeu que sim.
_ Com certeza. Ele falava para seus amigos que faria isso, mas ninguém acreditava._ disse Gabriel que ainda relatou que o garoto que brigou com o infrator não foi a aula este dia.
O menor foi apreendido pela Polícia Militar e encaminhado para uma delegacia onde prestou depoimento e segue detido. O Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas decretou três dias de luto na instituição devido ao ataque.
O Secretário da Educação, Renato Feder disse comentou em coletiva de imprensa em frente a escola sobre o histórico escolar do aluno, que já vinha de uma escola onde também teria cometido agressões.
_ Ele foi transferido para esta escola devido a problemas que ele (o infrator) causou em sua outra instituição. O garoto retornou aos estudos dia 15 março e durante esse período a diretora Vanessa não está ciente dos delitos do rapaz para repreendê-lo por seus atos. Então, a escola foi pega desprevenida.
O Secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite também marcou presença na escola, lamentou o falecimento da professora Elisabete e elogiou o ato heróico da professora Cínthia que imobilizou o garoto para impedir mais mortes.
_ Vale ressaltar um ato heróico de uma professora de Educação Física, professora Cínthia que neste momento está sendo ouvida pela equipe da Polícia Cívil. Foi ela que imobilizou o agressor e fez com que a arma branca (uma faca) fosse retirada dele. Se não fosse o ato heróico dessa professora a tragédia teria sido muito maior. _ declarou Derrite.






